O grupo Cristino e Cia. reúne gerações, sorrisos, timbres e cores. O CD desse grupo marca o retorno, a descoberta e a chegada. O retorno do cantor e compositor Cristino Ricardo ao universo do samba, a descoberta do baixista Fabiu, do percursionista Paulinho, da cantora Graça Lisboa e do cantor e apresentador Moadyr, além da chegada de Silvania Santos e Maria Cruz na roda de bambas. O samba e a Lapa promoveram o encontro desses amigos e mandaram te buscar para cantar e dançar com eles. Vem! Após a gravação do Cd,novos músicos chegaram para incrementar o grupo: Vitor Panneto faz o cavaquinho chorar e emociona o público quando solta a sua bela voz. João Paulo, cheio de carisma, encanta com seu violão e sua bela voz. Esse blog foi construído para colecionar informações e as músicas que o grupo Cristino e Cia. canta, pesquisa ou usa como inspiração.

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

É Preciso Muito Amor

É preciso muito amor para suportar essa mulher
Tudo que ela vê numa vitrine ela quer
Tudo que ela quer tenho que dá sem reclamar
Porque senão ela chora e diz que vai embora
Ô diz que vai embora
Porque senão ela chora e diz que vai embora
Ô diz que vai embora
Pra satisfazer essa mulher eu faço das tripas coração
Pra ela sempre digo sim, pra ela nunca digo não
Porque senão ela chora e diz que vai embora
Ô diz que vai embora
Porque senão ela chora e diz que vai embora
Ô diz que vai embora


Laranja Madura

Ataulfo Alves

Voce diz que me da casa e comida
Boa vida e dinheiro prá gastar
O que é que há, minha gente o que é que há
Tanta bondade que me faz desconfiar
Laranja madura na beira da estrada
Tá bichada Zé ou tem marimbondo no pé

Santo que vê muita esmola na sua sacola
Desconfia e não faz milagres não
Gosto de Maria Rosa mas quem me dá prosa é Rosa Maria
Vejam só que confusão

Laranja madura na beira da estrada
Tá bichada Zé ou tem marimbondo no pé

Noite Dos Mascarados

(Chico Buarque - 1966)

Quem é você?
Adivinhe, se gosta de mim
Hoje os dois mascarados
Procuram os seus namorados
Perguntando assim:
Quem é você, diga logo
Que eu quero saber o seu jogo
Que eu quero morrer no seu bloco
Que eu quero me arder no seu fogo

Eu sou seresteiro
Poeta e cantor
O meu tempo inteiro
Só zombo do amor
Eu tenho um pandeiro
Só quero violão
Eu nado em dinheiro
Não tenho um tostão
Fui porta-estandarte
Não sei mais dançar
Eu, modéstia à parte
Nasci pra sambar
Eu sou tão menina
Meu tempo passou
Eu sou Colombina
Eu sou Pierrot

Mas é carnaval
Não me diga mais quem é você
Amanhã, tudo volta ao normal
Deixe a festa acabar
Deixe o barco correr
Deixe o dia raiar
Que hoje eu sou
Da maneira que você me quer
O que você pedir
Eu lhe dou
Seja você quem for
Seja o que Deus quiser
Seja você quem for
Seja o que Deus quiser

sábado, 26 de dezembro de 2009

"Aquarela Brasileira"

Silas de Oliveira



Vejam esta maravilha de cenário
É um episódio relicário
Que o artista num sonho genial
Escolheu para este carnaval
E o asfalto como passarela
Será a tela do Brasil em forma de aquarela.
Passeando pelas cercanias do Amazonas
Conheci vastos seringais
No Pará, a ilha de Marajó
E a velha cabana do Timbó
Caminhando ainda um pouco mais
Deparei com lindos coqueirais
Estava no Ceará, terra de Irapuã
De Iracema e Tupã

Fiquei radiante de alegria
Quando cheguei na Bahia
Bahia de Castro Alves
Do acarajé
Das noites de magia do candomblé
Depois de atravessar as matas do Ipu
Assisti em Pernambuco à festa
Do frevo e do maracatu
Brasília tem o seu destaque
Na arte, na beleza e arquitetura
Feitiço de garoa pela serra
São Paulo engrandece a nossa terra
Do Leste por todo o Centro-este
Tudo é belo e tem lindo matiz
O Rio dos sambas e batucadas
De malandros e mulatas
De requebros febris
Brasil, essas nossas verdes matas
Cachoeiras e cascatas
De colorido sutil
E este lindo céu azul de anil
Emolduram, aquarelam o meu Brasil

Lá, lá, lá, lá, iá...
Lá, lá, lá, lá, iá...

Não quero saber mais dela / Só pra contrariar

Eu, não quero saber mais dela }
Foi embora da Portela }
Dizendo que o samba }
Lá em Mangueira é que é bom }
Ah! meu Deus do céu }
Minha doce companheira }
(se mandou de Madureira) } Refrão 1
Se mandou de madureira }
Seja o que Deus quiser }
Foi morar no chalé }
Ah! meu Deus do céu }
Minha doce companheira }
(se mandou de Madureira) }
Se mandou de Madureira }
Seja o que Deus quiser }
Foi embora porque quis
Com uma atitude leviana
Mudou da água pro vinho
Pensando em conquistar a fama
Mas fique certa que jamais terá perdão
Quando a cabeça não pensa
Quem paga caro é o coração
(eu não quero saber !)
Refrão 1
Vou cair no samba
Esquecer o que passou
Qualquer dia ela passa lá em casa
Querendo explicar porque ma abandonou
Mas não adianta se ela voltar, não quero mais
É como diz o ditado
Palavra de rei não volta atrás
(e eu não quero saber)
Refrão 1

Só pra contrariar, eu não fui mais na favela }
Só pra contrariar, não desfilei na Portela (meu bem) }
Só pra contrariar, pus a cara na janela }
Só pra contrariar, eu não fiz amor com ela }
Contrariei, sabendo que ainda era a mais bela
Que tinha malandro ligado na dela
Que nunca deu bola, que nunca deu trela
Contrariei, revelando segredo que não se revela
Só pra contrariar, ela ainda é donzela
Refrão 2
Contrariei, e acho que dei um bico na canela
Desprezando o que todo mundo zela
Como trunfo, jóia, escultura ou tela
Eu ! contrariei, mas desta castidade, abri a fivela
Só pra contrariar, ela ainda é donzela
Refrão 2


Firme e Forte

Composição: Efson / Nei Lopes
Aproveita hoje porque a vida é uma só
O amanhã quem sabe se é melhor ou se é pior
Deixa correr frouxo que esquentar não é legal
Se o Brás é tesoureiro a gente acerta no final
Pois Deus é brasileiro e a vida é um grande carnaval
Dança, canta
Pula, sacode, levanta a poeira do chão
Deita, rola
Vai firme e forte na bola com disposição
Brinca, samba
Pra quem tem sangue de bamba tudo é natural
Se o Brás é tesoureiro a gente acerta no final
Pois Deus é brasileiro e a vida é um grande carnaval

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Senhora liberdade

Composição: Wilson Moreira e Nei Lopes
Abre as asas sobre mim
Oh senhora liberdade
Eu fui condenado
Sem merecimento
Por um sentimento
Por Uma paixão
Violenta emoção
Pois amar foi meu delito
Mas foi um sonho tão bonito
Hoje estou no fim
Senhora liberdade abre as asas sobre mim (2x)
Não vou passar por inocente
Mas já sofri terrivelmente
Por caridade, oh liberdade abre as asas sobre mim (2x)


Não Deixe O Samba Morrer

Eu vou ficar
No meio do povo, espiando
Minha escola
Perdendo ou ganhando
Mais um carnaval
Antes de me despedir
Deixo ao sambista mais novo
O meu pedido final...
Quando eu não puder
Pisar mais na avenida
Quando as minhas pernas
Não puderem agüentar
Levar meu corpo
Junto com meu samba
O meu anel de bamba
Entrego a quem mereça usar...(2x)
Eu vou ficar
No meio do povo, espiando
Minha escola
Perdendo ou ganhando
Mais um carnaval
Antes de me despedir
Deixo ao sambista mais novo
O meu pedido final...
Antes de me despedir
Deixo ao sambista mais novo
O meu pedido final...
Não deixe o samba morrer
Não deixe o samba acabar
O morro foi feito de samba
De Samba, prá gente sambar...(2x)
Quando eu não puder
Pisar mais na avenida
Quando as minhas pernas
Não puderem agüentar
Levar meu corpo
Junto com meu samba
O meu anel de bamba
Entrego a quem mereça usar...
Eu vou ficar
No meio do povo, espiando
A Mangueira
Perdendo ou ganhando
Mais um carnaval
Antes de me despedir
Deixo ao sambista mais novo
O meu pedido final...
Antes de me despedir
Deixo ao sambista mais novo
O meu pedido final...
Não deixe o samba morrer
Não deixe o samba acabar
O morro foi feito de samba
De Samba, prá gente sambar...(4x)

O mundo é um moinho

Cartola

Ainda é cedo amor
Mal comecaste a conhecer a vida
Já anuncias a hora da partida
Sem saber mesmo o rumo que irás tomar
Preste atençao querida
Embora saiba que estás resolvida
Em cada esquina cai um pouco a tua vida
Em pouco tempo não serás mais o que és
Ouça-me bem amor
Preste atenção, o mundo é um moinho
Vai triturar teus sonhos tão mesquinhos
Vai reduzir as ilusões a pó
Preste atenção querida
De cada amor tu herdarás só o cinismo
Quando notares estás à beira do abismo
Abismo que cavaste com teus pés

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Geraldinos e Arquibaldos

Composição: Gonzaguinha
Mamãe não quer . . . não faça
Papai diz não . . . não fale
Vovó ralhou . . . se cale
Vovô gritou . . . não ande
Placas de rua . . . não corra
Placas no verde . . . não pise
No luminoso : . . não fume
Olha o hospital . . . silêncio
Sinal vermelho . . não siga
Setas de mão . . . não vire
Vá sempre em frente nem pense
É Contramão
Olha cama de gato
Olha a garra dele
É cama de gato
Melhor se cuidar
No campo do adversário
É bom jogar com muita calma
Procurando pela brecha
Pra poder ganhar
É cama de gato
Olha a garra dele
É cama de gato
Melhor se cuidar
No campo do adversário
É bom jogar com muita calma
Procurando pela brecha
Pra poder ganhar

Acalma a bola, rola a bola, trata a bola
Limpa a bola que é preciso faturar
E esse jogo tá um osso
É um angu que tem caroço
É preciso desembolar
E se por baixo não tá dando
É melhor tentar por cima
Oi com a cabeça dá
Você me diz que esse goleiro
é titular da seleção
Só vou saber mas é quando eu chutar
Pode escrever no quadro ô sinhá,
Deixa todo mundo ler
O bicho ruim quando não tem do que dar cabo
Primeiro morde o rabo e logo após
vai se comer, deixa comer!
Pode escrever no quadro ô sinhá,
Deixa todo mundo ler
O bicho ruim quando não tem do que dar cabo
Primeiro morde o rabo e logo após
vai se comer, deixa comer!
Matilda, Matilda
No campo do adversário
É bom jogar com muita calma
Procurando pela brecha
Pra poder ganhar!
Matilda, Matilda
No campo do adversário
É bom jogar com muita calma
Procurando pela brecha
Pra poder ganhar!


sábado, 12 de dezembro de 2009

Samba do Jazz

                         Dani Black / Breno Ruiz

Tom de azul neon bordado à meia voz
Forjou num sentimento meio blues
Retinto canto de lamento e paz
Que feito sina de espada e cruz
Invade o peito de quem ouve e jazz

Reis e pierrôs no ouro de outro sol
Curaram a dor e transformaram em céu
Batuques bantos do porão das naus
E num disfarce em sambas de Noel
O negro pranto foi se inventar
Carnaval

Som que arrebata e que causa frisson
Ou desacata na mulata o dom
Marca na alma a tez de um pais
Feito um feitiço que o lamento quis
Pra viver

Ah! Quem tem no sangue o samba, o jazz, o som
Tem na mistura encantamento bom
Feito um rabisco de carvão e giz
Ou duas flores da mesma raiz.

Sambei no Jazz
Ou foi o jazz que sambou
Deu tom com Miles
Cuíca and soul

A boa da semana



A maravilhosa Nilze Carvalho cantando ATAULFO ALVES: Show em homenagem ao centenário de Ataulfo Alves.Com CRISTÓVÃO BASTOS, JOÃO LIRA, DIRCEU LEITE e DON CHACAL.
Dias 15 e 16/12 preços populares: R$ 10,00 e 5,00

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Foi Um Rio Que Passou em Minha Vida

Composição: Paulinho da Viola

Se um dia

Meu coração for consultado

Para saber se andou errado

Será difícil negar



Meu coração tem manias de amor

Amor não é fácil de achar

A marca dos meus desenganos

Ficou, ficou

Só um amor pode apagar

A marca dos meus desenganos

Ficou, ficou

Só um amor pode apagar



Porém, ai porém

Há um caso diferente

Que marcou um breve tempo

Meu coração para sempre

Era dia de carnaval

Carregava uma tristeza

Não pensava em novo amor

Quando alguém que não me

Lembro anunciou

Portela, Portela

O samba trazendo alvorada

Meu coração conquistou



Ai, minha Portela

Quando vi você passar

Senti meu coração apressado

Todo meu corpo tomado

A alegria de voltar



Não posso definir aquele azul

Não era do céu

Nem era do mar

Foi um rio que passou em

Minha vida

E meu coração se deixou levar

Foi um rio que passou em

Minha vida


Diz que fui por aí

Zé Kéti e H. Rocha

Se alguém perguntar por mim


Diz que fui por aí

Levando um violão / debaixo do braço

Em qualquer esquina eu paro

Em qualquer botequim eu entro

E se houver motivo

É mais um samba que eu faço

Se quiserem saber / se volto diga que sim



Mas só depois que a saudade se afastar de mim

Só depois que a saudade se afastar de mim



Tenho um violão / p’ra me acompanhar

Tenho muitos amigos / eu sou popular

Tenho a madrugada / como companhei. . .ra

A saudade me dói / o meu peito me rói

Eu estou na cidade / eu estou na favela

Eu estou por aí

sempre pensando nela

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Rancho da Goiabada



tem coisa mais gostosa que um rancho? Acordar de manhã com o cheirinho de café adoçado com rapadura, se empanturrar com as delícias da roça, ouvir causos de arrepiar na beira do fogão à lenha, sair para caminhar e deixar as crianças brincarem livres no campo, tomar banho de cachoeira e depois... colher goiabas deliciosas e ver preparar "aquela" goiabada cascão? Penso que João e Aldir fizeram tudo isso antes de compor essa obra prima:


(João Bosco e Aldir Blanc)




Os bóias - frias quando tomam umas biritas
Espantando a tristeza
A7
Sonham , com bife à cavalo, batata frita
Dm
E a sobremesa
D7        Gm             Dm
É goiabada cascão, com muito queijo, depois café
E7         B7
Cigarro e o beijo de uma mulata chamada
Dm         D           50   51   52 
Leonor, ou Dagmar
D
Amar, um rádio de pilha um fogão jacaré a marmita
B7        Em
O domingo no bar, onde tantos iguais se reunem
A7                               Dm
Contando mentiras prá poder suportar  aí,
São pais de santos,  paus de arara, são passistas
D             A7              D
São flagelados, são pingentes, balconistas
B7                     Em
Palhaços, marcianos, canibais, lírios pirados
G                     G#º
Dançando, dormindo de olhos abertos
D           A#7
À sombra da alegoria
A7                Dm
Dos faraós embalsamados


domingo, 6 de dezembro de 2009

Deixa a Menina

Composição: Chico Buarque
Não é por estar na sua presença
Meu prezado rapaz
Mas você vai mal
Mas vai mal demais
São dez horas
E o samba tá quente
Deixa a morena contente

Deixa a menina sambar em paz
Eu não queria jogar confete

Mas tenho que dizer

Cê tá de lascar
Cê tá de doer

E se vai continuar enrustido
Com essa cara de marido

A moça é capaz de se aborrecer
Por trás de um homem triste
Há sempre uma mulher feliz
E atrás dessa mulher
Mil homens sempre tão gentis

Por isso para o seu bem

Ou tira ela cabeça
Ou mereça a moça que você tem
Não sei se é pra ficar exultante

Meu querido rapaz

Mas aqui ninguém
O agüenta mais

São três horas

E o samba tá quente
Deixe a morena contente



sábado, 5 de dezembro de 2009

A Rita

Chico Buarque, 1965

A Rita levou meu sorriso
No sorriso dela
Meu assunto
Levou junto com ela
E o que me é de direito
Arrancou-me do peito
E tem mais
Levou seu retrato, seu trapo, seu prato
Que papel!
Uma imagem de são Francisco
E um bom disco de Noel

A Rita matou nosso amor
De vingança
Nem herança deixou
Não levou um tostão
Porque não tinha não
Mas causou perdas e danos
Levou os meus planos
Meus pobres enganos
Os meus vinte anos
O meu coração
E além de tudo
Me deixou mudo
Um violão

QUEM TE VIU, QUEM TE VÊ

Composição: Chico Buar
Você era a mais bonita das cabrochas dessa ala
Você era a favorita onde eu era mestre-sala
Hoje a gente nem se fala mas a festa continua
Suas noites são de gala, nosso samba ainda é na rua
Hoje o samba saiu, lá lalaiá, procurando você
Quem te viu, quem te vê
Quem não a conhece não pode mais ver pra crer
Quem jamais esquece não pode reconhecer
Quando o samba começava você era a mais brilhante
E se a gente se cansava você só seguia a diante
Hoje a gente anda distante do calor do seu gingado
Você só dá chá dançante onde eu não sou convidado
O meu samba assim marcava na cadência os seus passos
O meu sonho se embalava no carinho dos seus braços
Hoje de teimoso eu passo bem em frente ao seu portão
Pra lembrar que sobra espaço no barraco e no cordão
Todo ano eu lhe fazia uma cabrocha de alta classe
De dourado eu lhe vestia pra que o povo admirasse
Eu não sei bem com certeza porque foi que um belo dia
Quem brincava de princesa acostumou na fantasia
Hoje eu vou sambar na pista, você vai de galeria
Quero que você me assista na mais fina companhia
Se você sentir saudade por favor não dê na vista
Bate palma com vontade, faz de conta que é turista



sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Com A Perna No Mundo

Acreditava na vida
Na alegria de ser
Nas coisas do coração
Nas mãos um muito fazer
Sentava bem lá no alto
Pivete olhando a cidade
Sentindo o cheiro do asfalto
Desceu por necessidade
O Dina
Teu menino desceu o São Carlos
Pegou um sonho e partiu
Pensava que era um guerreiro
Com terras e gente a conquistar
Havia um fogo em seus olhos
Um fogo de não se apagar
Diz lá pra Dina que eu volto
Que seu guri não fugiu
Só quis saber como é
Qual é
Perna no mundo sumiu
E hoje
Depois de tantas batalhas
A lama dos sapatos
É a medalha
Que ele tem pra mostrar
Passado
É um pé no chão e um sabiá
Presente
É a porta aberta
E futuro é o que virá, mas, e daí?
ô ô ô e á
O moleque acabou de chegar
ô ô ô e á
Nessa cama é que eu quero sonhar
ô ô ô e á
Amanhã bato a perna no mundo
ô ô ô e á
É que o mundo é que é meu lugar

Você Abusou

Você abusou
Tirou partido de mim, abusou
Tirou partido de mim, abusou
Mas não faz mal
É tão normal ter desamor
É tão cafona sofrer dor
Que eu já nem sei
Se é meninice ou cafonice o meu amor
Se o quadradismo dos meus versos
Vai de encontro aos intelectos
Que não usam o coração como expressão
Você abusou...
Que me perdoem, se eu insisto neste tema
Mas não sei fazer poema
Ou canção que fale de outra coisa que
Não seja o amor
Se o quadradismo dos meus versos
Vai de encontro aos intelectos
Que não usam o coração como expressão
Você abusou...

Desde que o Samba é Samba

Composição: Caetano Veloso
A tristeza é senhora
Desde que o samba é samba é assim
A lágrima clara sobre a pele escura
A noite, a chuva que cai lá fora
Solidão apavora
Tudo demorando em ser tão ruim
Mas alguma coisa acontece
No quando agora em mim
Cantando eu mando a tristeza embora
A tristeza é senhora
Desde que o samba é samba é assim
A lágrima clara sobre a pele escura
A noite e a chuva que cai lá fora
Solidão apavora
Tudo demorando em ser tão ruim
Mas alguma coisa acontece
No quando agora em mim
Cantando eu mando a tristeza embora
O samba ainda vai nascer
O samba ainda não chegou
O samba não vai morrer
Veja o dia ainda não raiou
O samba é o pai do prazer
O samba é o filho da dor
O grande poder transformador

me deixa em paz

se você não me queria
não devia me procurar
não devia me iludir
nem deixar eu me apaixonar

se você não me queria
não devia me procurar
não devia me iludir
nem deixar eu me apaixonar

evitar essa dor é impossível
evitar esse amor é muito mais
você arruinou a minha vida
me deixa em paz

se você não me queria
não devia me procurar
não devia me iludir
nem deixar eu me apaixonar

se você não me queria
não devia me procurar
não devia me iludir
nem deixar eu me apaixonar

evitar essa dor é impossível
evitar esse amor é muito mais
você arruinou a minha vida
me deixa em paz

você arruinou a minha vida
me deixa em paz

me deixa em paz
me deixa em paz
me deixa em paz

Feitio de oração

Composição: Noel Rosa e Vadico
Quem acha vive se perdendo
Por isso agora eu vou me defendendo
Da dor tão cruel desta saudade
Que, por infelicidade,
Meu pobre peito invade
Batuque é um privilégio
Ninguém aprende samba no colégio
Sambar é chorar de alegria
É sorrir de nostalgia
Dentro da melodia
Por isso agora lá na Penha
Vou mandar minha morena
Pra cantar com satisfação
E com harmonia
Esta triste melodia
Que é meu samba em feito de oração
O samba na realidade não vem do morro
Nem lá da cidade
E quem suportar uma paixão
Sentirá que o samba então
Nasce do coração.


Com Que Roupa?

Composição: Noel Rosa
Agora vou mudar minha conduta, eu vou pra luta
pois eu quero me aprumar
Vou tratar você com a força bru.....ta, pra poder me
reabilitar
Pois esta vida não está sopa e eu pergunto: com que roupa?
Com que roupa que eu vou pro samba que você me convidou?
Com que roupa que eu vou pro samba que você me convidou?
Agora, eu não ando mais fagueiro, pois o dinheiro não
é fácil de ganhar
Mesmo eu sendo um cabra trapacei.....ro, não consigo ter nem pra gastar
Eu já corri de vento em popa, mas agora com que roupa?
Com que roupa que eu vou pro samba que você me convidou?
Com que roupa que eu vou pro samba que você me convidou?
Eu hoje estou pulando como sapo, pra ver se escapo
desta praga de urubu
Já estou coberto de farrapo, eu vou acabar
ficando nu
Meu paletó virou estopa e eu nem sei mais com que roupa
Com que roupa que eu vou pro samba que você me convidou?
Com que roupa que eu vou pro samba que você me
convidou?

Conversa de botequim


Composição: Noel Rosa / Vadico
Seu garçom faça o favor de me trazer depressa
Uma boa média que não seja requentada
Um pão bem quente com manteiga à beça
Um guardanapo e um copo d'água bem gelada
Feche a porta da direita com muito cuidado
Que eu não estou disposto a ficar exposto ao sol
Vá perguntar ao seu freguês do lado
Qual foi o resultado do fute..bol
Se você ficar limpando a mesa
Não me levanto nem pago a despesa
Vá pedir ao seu patrão
Uma caneta, um tinteiro,
Um envelope e um cartão,
Não se esqueça de me dar palitos
E um cigarro pra espantar mosquitos
Vá dizer ao charuteiro
Que me empreste umas revistas,
Um isqueiro e um cinzeiro
Seu garçom faça o favor de me trazer depressa...
Telefone ao menos uma vez
Para três quatro quatro três três três
E ordene ao seu Osório
Que me mande um guarda-chuva
Aqui pro nosso escritório
Seu garçom me empresta algum dinheiro
Que eu deixei o meu com o bicheiro,
Vá dizer ao seu gerente
Que pendure esta despesa
No cabide ali em frente
Seu garçom faça o favor de me trazer depressa
Uma boa média que não seja requentada
Um pão bem quente com manteiga à beça
Um guardanapo e um copo d'água bem gelada
Feche a porta da direita com muito cuidado
Que eu não estou disposto a ficar exposto ao sol
Vá perguntar ao seu freguês do lado
Qual foi o resultado do fute..bol


Ai Que Saudades Da Amélia

Composição: Ataulpho Alves - Mário Lago
Nunca vi fazer tanta exigência
Nem fazer o que você me faz
Você não sabe o que é consciência
Nem vê que eu sou um pobre rapaz
Você só pensa em luxo e riqueza
Tudo que você vê você quer
Ai, meu Deus, que saudade da Amélia
Aquilo sim é que era mulher
Às vezes passava fome ao meu lado
E achava bonito não ter o que comer
E quando me via contrariado
Dizia: Meu filho, que se há de fazer
Amélia não tinha a menor vaidade
Amélia é que era mulher de verdade
Amélia não tinha a menor vaidade
Amélia é que era mulher de verdade
Às vezes passava fome ao meu lado
E achava bonito não ter o que comer
E quando me via contrariado
Dizia: Meu filho, que se há de fazer
Amélia não tinha a menor vaidade
Amélia é que era mulher de verdade
Amélia não tinha a menor vaidade
Amélia é que era mulher de verdade

Se Acaso Você Chegasse

Composição: Felisberto Martins, Lupicínio Rodrigues

Se acaso você chegasse
No meu chateau e encontrasse
Aquela mulher que você gostou
Será que tinha coragem
De trocar nossa amizade
Por ela que já lhe abandonou?
Eu falo porque essa dona
Já mora no meu barraco
À beira de um regato
E de um bosque em flor
De dia me lava a roupa
De noite me beija a boca
E assim nós vamos vivendo de amor

Desesperar Jamais

Simone

Desesperar jamais
Aprendemos muito nesses anos
Afinal de contas não tem cabimento
Entregar o jogo no primeiro tempo
Nada de correr da raia
Nada de morrer na praia
Nada, nada, nada de esquecer
No balanço de perdas e danos
Já tivemos muitos desenganos
Já tivemos muito que chorar
Mas agora, acho que chegou a hora
De fazer valer o dito popular
Desesperar jamais
Cutucou por baixo o de cima cai
Desesperar jamais
Cutucou com jeito, não levanta mais

Quem Te Viu, Quem Te Vê

Composição: Chico Buarque
Você era a mais bonita das cabrochas dessa ala
Você era a favorita onde eu era mestre-sala
Hoje a gente nem se fala mas a festa continua
Suas noites são de gala, nosso samba ainda é na rua
Hoje o samba saiu, lá lalaiá, procurando você
Quem te viu, quem te vê
Quem não a conhece não pode mais ver pra crer
Quem jamais esquece não pode reconhecer
Quando o samba começava você era a mais brilhante
E se a gente se cansava você só seguia a diante
Hoje a gente anda distante do calor do seu gingado
Você só dá chá dançante onde eu não sou convidado
O meu samba assim marcava na cadência os seus passos
O meu sonho se embalava no carinho dos seus braços
Hoje de teimoso eu passo bem em frente ao seu portão
Pra lembrar que sobra espaço no barraco e no cordão
Todo ano eu lhe fazia uma cabrocha de alta classe
De dourado eu lhe vestia pra que o povo admirasse
Eu não sei bem com certeza porque foi que um belo dia
Quem brincava de princesa acostumou na fantasia
Hoje eu vou sambar na pista, você vai de galeria
Quero que você me assista na mais fina companhia
Se você sentir saudade por favor não dê na vista
Bate palma com vontade, faz de conta que é turista

O Homem Falou

Composição: Gonzaguinha

Pode chegar
Que a festa vai
É começar agora
E é prá chegar quem quiser
Deixe a tristeza prá lá
E traga o seu coração
Sua presença de irmão
Nós precisamos
De você nesse cordão...

Pode chegar
Que a casa é grande
E é toda nossa
Vamos limpar o salão
Para um desfile melhor
Vamos cuidar da harmonia
Da nossa evolução
Da unidade vai nascer
A nova idade
Da unidade vai nascer
A novidade...

E é prá chegar
Sabendo que a gente tem
O sol na mão
E o brilho das pessoas
É bem maior
Irá iluminar nossas manhãs
Vamos levar o samba com união
No pique de uma escola campeã...

Não vamos deixar
Ninguém atrapalhar
A nossa passagem
Não vamos deixar ninguém
Chegar com sacanagem
Vambora que a hora é essa
E vamos ganhar
Não vamos deixar
Uns e outros melar...

Oô eô eá!
E a festa vai apenas
Começar
Oô eô eá!
Não vamos deixar
Ninguém dispersar
(O Homem Falou)...(final 2x)


Enredo do Meu Samba

Não entendi o enredo
Desse samba amor
Já desfilei na passarela do teu
Coração
Gastei a subvenção
Do amor que você me entregou
Passei pro segundo grupo e com razão
Passei pro segundo grupo e com razão (Não entendi)
Meu coração carnavalesco
Não foi mais que um adereço
Teve um dez em fantasia
Mas perdeu em harmonia
Sei que atravessei um mar
De alegorias
Desclassifiquei o amor de tantas alegrias
Agora sei
Desfilei sob aplausos da ilusão
E hoje tenho esse samba de amor, por comissão
Fim do o carnaval
Nas cinzas pude perceber
Na apuração perdi você

Não Deixe O Samba Morrer

Eu vou ficar
No meio do povo, espiando
Minha escola
Perdendo ou ganhando
Mais um carnaval
Antes de me despedir
Deixo ao sambista mais novo
O meu pedido final...

Quando eu não puder
Pisar mais na avenida
Quando as minhas pernas
Não puderem agüentar
Levar meu corpo
Junto com meu samba
O meu anel de bamba
Entrego a quem mereça usar...(2x)

Eu vou ficar
No meio do povo, espiando
Minha escola
Perdendo ou ganhando
Mais um carnaval
Antes de me despedir
Deixo ao sambista mais novo
O meu pedido final...

Antes de me despedir
Deixo ao sambista mais novo
O meu pedido final...

Não deixe o samba morrer
Não deixe o samba acabar
O morro foi feito de samba
De Samba, prá gente sambar...(2x)

Quando eu não puder
Pisar mais na avenida
Quando as minhas pernas
Não puderem agüentar
Levar meu corpo
Junto com meu samba
O meu anel de bamba
Entrego a quem mereça usar...

Eu vou ficar
No meio do povo, espiando
A Mangueira
Perdendo ou ganhando
Mais um carnaval
Antes de me despedir
Deixo ao sambista mais novo
O meu pedido final...

Antes de me despedir
Deixo ao sambista mais novo
O meu pedido final...
Não deixe o samba morrer
Não deixe o samba acabar
O morro foi feito de samba
De Samba, prá gente sambar...(4x)

O Sol Nascerá

Composição: Cartola / Elton Menezes

A sorrir
Eu pretendo levar a vida
Pois chorando
Eu vi a mocidade
Perdida

Fim da tempestade
O sol nascerá
Finda esta saudade
Hei de ter outro alguém para amar
A sorrir
Eu pretendo levar a vida
Pois chorando
Eu vi a mocidade
Perdida

Alguém me Avisou

Maria Bethânia
Composição: Dona Ivone Lara

Foram me chamar
Eu estou aqui, o que é que há
Eu estou aqui, o que é que há
Eu vim de lá, eu vim de lá pequenininho
Mas eu vim de lá pequenininho
Alguém me avisou pra pisar nesse chão devagarinho
Alguém me avisou pra pisar nesse chão devagarinho
Sempre fui obediente
Mas não pude resistir
Foi numa roda de samba
Que juntei-me aos bambas
Pra me distrair
Quando eu voltar na Bahia
Terei muito que contar
Ó padrinho não se zangue
Que eu nasci no samba
E não posso parar
Foram me chamar
Eu estou aqui, o que é que há



Corra e olhe o céu


Cartola
Composição: Cartola / Dalmo Casteli

Linda!
Te sinto mais bela
E fico na espera
Me sinto tão só
Mas!
O tempo que passa
Em dor maior
Bem maior...

Linda!
No que se apresenta
O triste se ausenta
Fez-se a alegria
Corra e olhe o céu
Que o sol vem trazer
Bom dia
Aaai!
Corra e olhe o céu
Que o sol vem trazer
Bom dia...

Linda!
Te sinto mais bela
Te fico na espera
Me sinto tão só
Mas!
O tempo que passa
Em dor maior
Bem maior...
Linda!
No que se apresenta
O triste se ausenta
Fez-se a alegria
Corra e olhe o céu
Que o sol vem trazer
Bom dia
Aaai!
Corra e olhe o céu
Que o sol vem trazer
Bom dia...

Retalhos de Cetim


Composição: Benito di Paula
Ensaiei meu samba o ano inteiro,
Comprei surdo e tamborim.
Gastei tudo em fantasia,
Era só o que eu queria.
E ela jurou desfilar pra mim,
Minha escola estava tão bonita.
Era tudo o que eu queria ver,
Em retalhos de cetim.
Eu dormi o ano inteiro,
E ela jurou desfilar pra mim.
Mas chegou o carnaval,
E ela não desfilou,
Eu chorei na avenida, eu chorei.
Não pensei que mentia a cabrocha,que eu tanto amei.

Chega de Saudade


Tom Jobim
Composição: Tom Jobim e Vinícius

Vai minha tristeza,
e diz a ela que sem ela não pode ser,
diz-lhe, numa prece
Que ela regresse, porque eu não posso Mais sofrer.
Chega, de saudade
a realidade, É que sem ela não há paz,
não há beleza
É só tristeza e a melancolia
Que não sai de mim, não sai de mim, não sai
Mas se ela voltar, se ela voltar
Que coisa linda, que coisa louca
Pois há menos peixinhos a nadar no mar
Do que os beijinhos que eu darei
Na sua boca,
dentro dos meus braços
Os abraços hão de ser milhões de abraços
Apertado assim, colado assim, calado assim
Abraços e beijinhos, e carinhos sem ter fim
Que é pra acabar com esse negócio de você viver sem mim.
Não quero mais esse negócio de você longe de mim...

Na Cadência Do Samba

Na Cadência Do Samba
Cássia Eller
Composição: Ataulfo Alves / Paulo Gesta

Sei que vou morrer
Não sei o dia
Levarei saudades da Maria
Sei que vou morrer
Não sei a hora
Levarei saudades da Aurora
Quero morrer numa batucada de bamba
Na cadência bonita do samba
Mas o meu nome ninguém vai jogar na lama
Diz o dito popular
Morre o homem e fica a fama
Eu quero morrer numa batucada de bamba
Na cadência bonita do samba
Quero morrer numa batucada de bamba
Na cadência bonita do samba